Um deles chegou a ser denunciado no esquema PC, mas foi absolvido
Dona da Vicatur Câmbio e Turismo, agência em Nova Iguaçu que, segundo a Polícia Federal, foi responsável pela venda dos US$ 248,8 mil apreendidos com os petistas que comprariam o dossiê Vedoin, a família Ribas Soares já se envolveu em outros escândalos financeiros desde os anos 90. Um dos irmãos chegou a ser acusado em investigação contra Paulo César Farias, tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor.
Em 1995, Jorge Ribas Soares Júnior foi denunciado no processo contra doleiros que ajudaram PC Farias a movimentar dinheiro de caixa 2 obtido na campanha de Collor à Presidência em 1989. Como sócio da Cambitur, antecessora da Vicatur, foi acusado de 'atribuir ao 'fantasma' Francisco Martins de Souza falsa identidade para a realização de operação de câmbio'. Mas nas alegações finais do processo, o Ministério Público pediu sua absolvição, concluindo que não havia provas de sua participação nas fraudes.
Mas ele teve 2 condenações. Em 1994, foi aberta investigação por conta da remessa ilegal de US$ 63,8 milhões da Cambitur para o Uruguai, por contas CC-5, com ajuda dos uruguaios Gonzalo Alvarez Mourele, procurador da empresa uruguaia Guide Financeira, e Ramon Vila Vazquez, ex-operador da Cambitur. O juiz Wilson José Witzel, da 8ª Vara Federal Criminal, condenou Soares Júnior a 6 anos e 8 meses de prisão e os outros a 5 anos. Na sentença, ele diz que a empresa 'servia apenas como fachada para que os responsáveis pela Cambitur realizassem a lavagem de quantias cuja procedência não havia como justificar'. Soares Júnior foi condenado à revelia: desde 1997 vive em Estoril, Portugal.
A outra condenação é por estelionato, a 4 anos de reclusão. Ele foi acusado de fraudar o resgate de FGTS de um ferroviário, no valor de R$ 10,3 mil, falsificando documentos junto à Caixa Econômica Federal.
FALSA IDENTIDADE
Seu irmão, Fernando Manoel Ribas Soares, sócio majoritário da Vicatur, já estava sendo investigado por vender dólares a pessoas com falsa identificação antes de ser envolvido no caso do dossiê Vedoin. Em 2003, apuração do Banco Central descobriu que a empresa vendeu dólares a pessoas físicas fictícias, ou laranjas, crime previsto na Lei do Colarinho-Branco. A Procuradoria da República do Rio pediu então abertura de inquérito à PF em Nova Iguaçu.
A Delegacia de Combate aos Crimes Financeiros da Polícia Federal no Rio começou outra investigação, pelos mesmos motivos, este ano. No dia 11 de setembro, o procurador André Coutinho deu mais 120 dias para a PF concluir a investigação. Até ontem, porém, o inquérito permanecia na procuradoria à espera da polícia.
Estadão
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