25.11.05

Lula sonha com Jobim para vice em 2006

Presidente do STF tem até junho para decidir candidatura

Lula sonha com Jobim para vice em 2006
Raymundo Costa De Brasília - Valor Online


Muito embora insista em dizer o contrário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só disputará a reeleição como já vem discutindo a recandidatura com alguns ministros mais próximos. A chapa presidencial, por exemplo, terá outro vice no lugar do empresário José Alencar. O candidato dos sonhos de Lula é o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, mas isso dependerá de uma complexa negociação com o PMDB, partido que anuncia a intenção de ter candidato próprio, talvez até mesmo o próprio Jobim.

Lula quer e Jobim também sinalizou positivamente, embora tenha ainda 11 anos até a aposentadoria compulsória. Para disputar um cargo eletivo em 2006, o ministro teria de antecipar sua aposentadoria. Ele tem prazo até junho para isso. Por essa época também se encerra o mandato de presidente STF. Na avaliação palaciana, por ser presidente do Supremo, Jobim também daria um peso ético - assunto que deve predominar na campanha eleitoral - à chapa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse ao presidente Lula que dificilmente o PMDB poderá apoiá-lo no primeiro turno da eleição de 2006, mesmo que a verticalização das eleições seja derrubada, em votação prevista para terça-feira na Câmara. Seriam dois os problemas, segundo Renan contou ao presidente: a dificuldade de fazer composições estaduais com o PT e a decisão partidária de ter candidatura própria.

O Planalto, no entanto, aposta num impasse, no PMDB, entre os correligionários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-governador Anthony Garotinho (RJ), até agora o único pemedebista inscrito nas prévias marcadas pelo partido para março do próximo ano. A intenção de Lula é se coligar formalmente com o PMDB. O presidente tem dito repetidas vezes que quer formar uma aliança que lhe permita governar com maioria, no eventual segundo mandato.

A queda da verticalização - instrumento pelo qual partidos coligados nacionalmente não podem fazer alianças diferentes nos Estados -, ajudaria o projeto do presidente. Mas a emenda constitucional a ser votada na Câmara dos Deputados, que determina o fim da verticalização, enfrenta dificuldades: o PT fechou questão contra o projeto, o PSDB está dividido e PTB, PP e PL se desinteressaram do assunto quando decidiram não se coligar nacionalmente em 2006.

Graças à verticalização, Lula pode encontrar dificuldades para fazer alianças até mesmo com partidos que o apóiam ostensivamente, como no caso do PSB. Mantida a regra para as coligações, o partido pode optar por não se coligar nacionalmente a fim de ficar livre para fazer as alianças necessárias, nos Estados, para que atinja o percentual mínimo exigido pela cláusula de barreira: 5% do total da votação em pelo menos nove Estados. Partidos como o PCdoB, aliado de Lula, e o PPS, na oposição, dificilmente terão condições de cumprir essa exigência. Mas tramita na Câmara um projeto que reduz esse percentual para 2%.

O problema para Lula é que, dos tradicionais aliados, só o PSB tem um quadro com suficiente densidade eleitoral para compor a chapa com o presidente, na hipótese de não vingar a coligação com o PMDB: o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. O PCdoB tem o nome do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, que é ex-ministro de Lula. Resta a hipótese de uma chapa inteiramente do PT, o que não é a intenção do presidente, mas pode ocorrer, sobretudo num cenário com a verticalização mantida.

Neste caso, o nome mais mencionado no PT é o do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, responsável pelo programa que deve ser o carro-chefe da campanha de Lula em 2006, o Bolsa Família. Segundo algumas pesquisas, é o programa que tem ajudado a manter a popularidade do presidente da República sem uma queda muito acentuada. Na realidade, a oposição começa a se preparar para responder a uma acusação que fatalmente o PT fará: se Lula sair, o novo governo vai acabar com o programa Bolsa-Família.

O vice-presidente José Alencar já percebeu que não reeditará a chapa com Lula em 2006. Ele trocou o PL pelo Partido Republicano Brasileiro, "criado para viabilizar a candidatura presidencial de José Alencar", segundo o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Segundo o senador, não houve, entre os fundadores do partido, preocupação em formar grandes bancadas justamente porque o PRB será uma espécie de "peão" para alianças - ou seja, a sigla precisa necessariamente encontrar um parceiro para poder contar com tempo de televisão suficiente para sustentar uma candidatura presidencial. O ex-governador Anthony Garotinho já anunciou: se o PMDB adiar as prévias, ele apoiará Alencar.

2 comentários:

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