7.3.09

CNA quer mostrar ligação de MST com ONGs

Presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) encomendou um trabalho de campo para buscar provas da ligação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) com as entidades que recebem recursos do governo.
Para a CNA, os sem-terra usam esse dinheiro público para financiar invasões de terra.
Segundo o plano de Kátia Abreu, a CNA irá contratar uma pessoa por Estado. Num prazo de oito meses, cada uma delas buscará qualquer tipo de evidência que ligue o MST a essas entidades, como movimentação financeira, fontes de recursos, formas de captação, registros contábeis, listas de dirigentes, endereços, encargos trabalhistas, entre outros.
"Vamos vasculhar tudo, cada papelzinho, cada bilhetinho", disse a presidente da CNA à Folha. Ao final do trabalho de coleta das provas, o material será reunido e fará parte de uma ação judicial para buscar a personalização jurídica do MST.
Sem CNPJ, o movimento não pode receber recursos em convênios com o governo, como de educação, infraestrutura, cultura e assistência técnica. Por conta disso, criou diversas associações e cooperativas pelo país, como a Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola) e a Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária) -essas de abrangência nacional.
Ontem, a Folha revelou que, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), os R$ 8,2 milhões em verbas da Educação repassadas à Anca em 2003 e 2004, R$ 7,3 milhões foram depois distribuídos a secretarias regionais do movimento.
Anteontem, o líder do DEM na Câmara, o ruralista Ronaldo Caiado (GO), encaminhou ao ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) requerimento pedindo explicações sobre repasses realizados pelo governo para entidades, que, segundo ele, podem ser ligadas ao MST. A assessoria técnica do DEM divulgou levantamento que mostra que 26 entidades receberam, só em 2008, R$ 42 milhões da União.
A suspeita é que o repasse tenha aumentado a partir de 2006, como forma de compensar a queda na destinação de recursos a outras entidades. Folha

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