Mensaleiros fizeram operações suspeitas no valor de R$ 1,23 bi
Dos 40 políticos, servidores, empresários e seus funcionários denunciados ao STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta prática de crimes no caso mensalão, 27 foram citados em relatórios reservados nos quais o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) aponta indícios de operações suspeitas.
Personagens de 26 documentos elaborados pelo Conselho entre 2001 e 2007, os nomes dos mensaleiros estão relacionados a operações financeiras que totalizam R$ 1,23 bilhão no período e apresentam algum indício de prática de crime de lavagem de dinheiro.
As somas são ainda maiores quando o levantamento do Coaf tem como referência transações financeiras relacionadas aos 37 envolvidos no mensalão que foram alvo de cinco ações de improbidade administrativa apresentadas à Justiça pelo Ministério Público Federal em Brasília na segunda-feira.
Seus nomes estão associados a R$ 1,89 bilhão em operações financeiras consideradas atípicas desde 2001.
Ao fazer o balanço, o Coaf ressalva que as cifras do total de transações financeiras contém distorções. É possível, por exemplo, que seja contado duas vezes um mesmo dinheiro que entrou e saiu de uma conta, o que duplicaria o valor considerado. Em alguns casos foi considerada uma única transação, em outros, um período longo de saques e/ou depósitos.
Deve-se considerar, ainda, que a lista de 40 denunciados por crime e a dos 37 acusados de improbidade administrativa, não fosse por sete nomes, seria a mesma. Daí não ser possível somar os valores movimentados pelos dois grupos para fechar um único número, sob pena de produzir um resultado fictício.
Os relatórios de inteligência financeira do Coaf têm como principal matéria-prima comunicações que recebe dos bancos sobre movimentações consideradas atípicas.
Folha
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