24.8.07

Avião que levou cubanos do Brasil era da Venezuela

O avião fretado que levou os boxeadores cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara do Brasil para Cuba é venezuelano. Hugo Chávez, presidente da Venezuela, é um dos principais aliados do governo de Fidel Castro.
A informação foi revelada pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI) durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Estavam presentes na sessão o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda.
Logo no início da sessão, o ministro foi questionado pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) sobre os dados do avião que levou os atletas de volta para Cuba. Ao dizer o prefixo YV-2053, Tarso foi interrompido por Heráclito Fortes.
"Esse prefixo é venezuelano. O avião é da Venezuela", afirmou o senador. Após a sessão, Heráclito disse que "já sabia da informação há mais de 15 dias".
Efetivamente, YV é um dos prefixos usados no país de Hugo Chávez.
O ministro reafirmou ontem que os cubanos, que participaram do Pan do Rio, voltaram para Cuba por vontade própria. "A delegação cubana informou o desaparecimento dos atletas. A polícia encontrou os desaparecidos, que, levados à Polícia Federal do Rio de Janeiro, manifestaram a intenção de voltar ao país de origem", disse.
"Eles foram questionados se queriam refúgio no Brasil ou se queriam voltar. Como optaram pela segunda opção foram deportados, pois houve um desvirtuamento do visto", afirmou o ministro.

"Afinidade"
Tarso também disse que não tem "afinidade" com o regime ditatorial cubano e afirmou que a polêmica sobre o caso dos boxeadores já está resolvida.
"O debate envolve questões ideológicas, sobre como devem se relacionar países que têm distintos regimes políticos. O nosso entendimento é que o Brasil se relaciona muito bem com Cuba, com os Estados Unidos e com qualquer país soberano", disse o petista.
Questionados sobre as declarações do chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, que admitiu que o governo do ditador Fidel Castro contatou o Brasil para "propiciar e organizar" a volta dos cubanos, Tarso e Lacerda afirmaram que "em momento algum" foram procurados por autoridades cubanas.

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