O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, ontem, que editará quantas medidas provisórias forem necessária na tentativa de controlar os avanços da crise econômica mundial. Irônico, Lula afirmou ainda que não pode ficar preocupado com os "gritos da oposição", porque o desejo de seus adversários é que o país entre em crise profunda para justificar seus discursos.
– Serão feitas tantas medidas (quantas) forem necessárias – afirmou o presidente, após almoço, no Itamaraty, com o rei Abudllah 2º e a rainha Rania, da Jordânia. – Não posso é ficar preocupado com os gritos da oposição porque tudo que oposição deseja é que o Brasil entre em uma crise profunda para eles [os oposicionistas] terem razão no discurso deles.
Critérios
A resposta de Lula é uma reação às críticas da oposição à edição de MPs (medidas provisórias) 442 e 443 que tratam da ajuda federal às instituições financeiras privadas.
Segundo o presidente, só serão socorridas as empresas que necessitarem de fato e nem todas serão atendidas pelas medidas.
– Nós não estamos dando dinheiro para qualquer empresa nem para qualquer banco – afirmou. – Nem vamos dar dinheiro. É importante saber que quem errou pagará pelos erros", afirmou Lula.
A oposição ameaça não votar as medidas, caso o governo evite discuti-las. Na próxima semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, irá duas vezes ao Congresso para conversar com os parlamentares.
O presidente disse que o governo poderá fazer, em alguns momentos, é "comprar ações e à medida que a empresa se recupere possa vender as ações de volta. Nós não vamos dar dinheiro porque não vamos favorecer quem fez especulação".
O presidente afirmou que não há uma definição de quantas empresas serão beneficiadas pelas medidas editadas. Mas ele ressaltou que a interpretação não pode ser de ajuda.
- Nós não vamos ajudar empresas – assegurou. – O governo está dispondo crédito para resolver o problema de liquidez, tanto para os compulsórios como para parte da reserva via banco do Brasil.
Lula ressaltou também que, apesar do risco de agravamento da crise financeira, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as obras de infra-estrutura serão preservadas.
– Não haverá obra do PAC paralisada por causa da crise, que não haverá grande obra alguma de infra-estrutura (paralisada) por conta da crise – explicou. – Vamos continuar fazendo todas as obras de infra-estrutura que o país precisa.
Os presidentes nacionais do PPS, Roberto Freire, e do PSDB, Sérgio Guerra, distribuíram, no início da noite de ontem nota rebatendo da declarações de Lula. Os dois partidos reafirmaram que as medidas estruturantes que vierem a ser adotadas pelo governo terão integral apoio. Mas salientam: "O presidente deve parar e escamotear suas responsabilidades e enfrentar os problemas com seriedade". Jornal do Brasil
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