Governo venezuelano alega problemas fiscais; medida inclui multa e atinge ainda franquias das americanas Wendy's e TGI Friday's
O governo venezuelano, do presidente Hugo Chávez, fechou ontem temporariamente todas as 115 lojas do McDonald's do país. Ao menos na capital venezuelana, a medida atingiu ainda as redes Wendy's e TGI Friday's, igualmente franquias norte-americanas. De acordo com a fiscalização tributária, os estabelecimentos não funcionarão durante 48 horas por apresentarem "inconsistências nos livros de compra em venda".
A punição não ficou só nisso. Além de só reabrirem amanhã às 14h, cada loja do McDonald's terá de pagar uma multa de 1.150 bolívares fortes (R$1.169 no câmbio oficial), segundo nota do governo.
Ontem à noite, a reportagem verificou que, na americanizada região da praça Altamira, as lojas do McDonald's, da Wendy's e do TGI Friday's estavam de portas fechadas. O governo, no entanto, não mencionou essas duas últimas franquias em nota à imprensa.
Segundo o governo, a operação mobilizou mais de 200 funcionários de cinco diferentes órgãos: Seniat (Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária), Ministério do Trabalho, Indepabis (Instituto para a Defesa das Pessoas no Acesso aos Bens e Serviços), Inces (Instituto de Capacitação e Educação Socialista) e Inpsasel (Instituto Nacional de Prevenção, Saúde e Segurança Trabalhista).
No caso dos McDonald's, são três empresas diferentes que, sob a franquia, mantêm cada uma suas lojas. Mesmo assim, alega o Seniat, todas incorreram na mesma irregularidade.
O fechamento temporário de estabelecimentos pelo Seniat -versão venezuelana da Receita Federal- é comum na Venezuela, mas raramente é estendido simultaneamente a empresas diferentes.
Não é a primeira vez que as lojas do McDonald's foram fechadas temporariamente sob o governo Chávez, um feroz crítico dos EUA. Operação similar já havia sido realizada em 2005.
Nas últimas semanas, o governo tem tomado algumas medidas de impacto midiático, como as expulsões do embaixador americano e do representante da ONG Human Rights Watch, em meio à campanha eleitoral para as eleições regionais em 23 de novembro.
Folha
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