O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assinou ontem com o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, termo decooperação operacional e financeira que prevê a doação de R$ 11,4 milhões pelo grupo para apoio a conservação ambiental de Fernando de Noronha, Lençóis Maranhenses e Pantanal. Empresas do grupo respondem a denúncias por crimes ambientais.
– Temos que pensar num Brasil a longo prazo. É um privilégio poder fazer essas doações porque Fernando de Noronha, os Lençóis e o Pantanal são jóias da natureza do Brasil – disse o empresário.
É justamente no Pantanal, no Pólo Siderúrgico de Corumbá, que fica uma das usinas do grupo acusadas de receber carvão produzido e transportado de forma irregular.
Sem sentido
Questionado pelos jornalistas presentes na assinatura do acordo se a denúncia procedia, Eike disse que não tem sentido uma de suas empresas se "sujar por algo tão pequeno". Chegou a dizer que pensa em fechar essa usina porque ela seria muito pequena dentro do complexo da EBX e que não valia a pena tanto transtorno.
– Somos tão grandes em outras áreas que não vale a pena – disse o empresário.
Eike foi interrompido por um de seus assessores, que tentou minimizar as declarações do chefe, dizendo que ele "apenas pensou em fechar a usina". Mas não teve jeito. Foi questionado mais uma vez pelos jornalistas se fecharia ou não a usina.
– Não sei. Depende do que vocês vão escrever amanhã.
Minc agradeceu a doação e disse esperar que a atitude de Eike sirva de exemplo para outros empresários. Garantiu que a doação não tinha nada a ver com compensação ambiental e não abateria as multas, "caso houvesse". Multas do Ibama foram aplicadas em uma das empresas do grupo, a MMX.
– Não haverá ingerência do grupo na gestão, o que garantirá a nossa independência – argumentou Minc. – Esperamos que outros empresários se mirem nesse exemplo. Jornal do Brasil
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