21.10.09

Dilma: Dirceu é uma pessoa injustiçada!

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou nesta terça-feira a existência do mensalão - escândalo que abalou o governo Lula em 2005- e disse que o ex-ministro José Dirceu é uma pessoa injustiçada. Dirceu teve o mandato de deputado cassado pela Câmara em novembro daquele ano, sob acusação de ser o mentor do mensalão - suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares pelo governo. Dilma prestou depoimento nesta terça à juíza Pollyana Kelly Martins Alves, da 12ª Vara Federal de Brasília, como testemunha de defesa do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson (RJ), que também teve o mandato cassado, e do ex-deputado José Janene (PP-PR).

- Acho o ex-ministro José Dirceu uma pessoa injustiçada. Tenho grande respeito por ele - disse Dilma, em resposta a uma pergunta do advogado de Dirceu, José Luiz Oliveira Lima.

Dilma disse não ter conhecimento da atuação de Dirceu na administração de assuntos internos do PT nem na negociação do crédito consignado com instituições financeiras, quando era ministro da Casa Civil. O depoimento durou uma hora e foi realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, onde está instalada provisoriamente a Presidência. Como ministra, Dilma tem a prerrogativa de marcar hora, data e local do depoimento.

A juíza está colhendo depoimentos no processo do mensalão, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), com 39 réus, incluindo Dirceu, Janene e Jefferson. Como há cerca de 650 testemunhas, o relator do processo no STF, ministro Joaquim Barbosa, delegou a oitiva para juízes de primeira instância.

Ministra diz que tomou conhecimento do mensalão pela imprensa

A ministra disse ter tomado conhecimento do mensalão pela imprensa, mas afirmou que o pagamento de qualquer vantagem financeira a parlamentares em troca de voto a favor dos projetos do Palácio do Planalto não seria aceito pelo governo.

- Só sei o que foi noticiado pelos jornais - disse.

Mais adiante, perguntada sobre o pagamento a Janene, a ministra respondeu:

- Não aconteceu, até porque era impossível acontecer aqui. Isso não seria aceito por nós. Não só em relação ao Janene, mas a quem quer que seja.

A ministra também defendeu o deputado Paulo Rocha (PT-PA) e o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), ambos réus no processo. O Globo

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