25.5.09

Renan e Lula se reúnem para traçar estratégia e compor CPI

Senador diz que nomes serão definidos só após conversa; PT quer presidência e relatoria

Tucano Alvaro Dias afirma que vai pedir à PF, ao TCU e ao Ministério Público dados de todas as investigações que envolvem a Petrobras


A base aliada do governo se reúne na manhã de hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir os melhores nomes e a estratégia que será usada para proteger a Petrobras na CPI instalada no Senado para investigar denúncias de irregularidades na estatal.
Ontem, o senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, negou que levará a Lula os nomes de ACM Junior (DEM-BA) para presidir e o de Romero Jucá (PMDB-RR) para relatar a CPI. Apesar de a dupla contar com apoio de parte da oposição e até de petistas, ele disse que só após conversar com o presidente vai definir a composição e o comando da comissão.
"A preocupação é com quem não vou designar. Nesse momento temos um quadro de excesso", disse Renan, que deve indicar três titulares e dois suplentes do PMDB para a CPI.
O objetivo do PMDB é se valorizar ainda mais com Lula e, também, enfraquecer o PT. Na semana passada, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) se encontrou com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, nos EUA. "Ele está preocupado. Teme que qualquer licitação vire denúncia. Eu disse a ele para conversar mais com o PMDB do Senado."
Petistas, que querem manter presidência e relatoria da CPI com governistas, acreditam que Lula levará em conta todas as ponderações de Renan. Os mais próximos ao presidente dizem que ele não vai criar problemas a poucos meses das definições da eleição de 2010.
Na conversa com Lula, devem ser tratados temas como relatorias de matérias de interesse do governo no Congresso, conjuntura eleitoral e política para 2010 e reações do governo sobre a pressão peemedebista para trocar diretores da Petrobras em troca de apoio na CPI.
A estratégia do governo para conter a oposição também será um dos pontos da conversa. "A maior preocupação deve ser com os contratos da Petrobras. Não são contratos convencionais, não seguem o padrão de outras estatais. Já falei para o presidente Lula e para a ministra Dilma Rousseff [Casa Civil] que essa peculiaridade precisa ser bem trabalhada para que não haja distorções", afirmou o senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-diretor da estatal.
Mas, se depender da oposição, as investigações contra a estatal que já estão em andamento serão o foco inicial.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou ontem que vai preparar requerimentos para apresentar na primeira reunião da CPI pedidos requisitando todos os relatórios da Polícia Federal sobre as operações que tiveram a estatal como alvo, as auditorias do Tribunal de Contas da União e o material do Ministério Público que questiona o pagamento de R$ 178 milhões da Petrobras a usineiros.
Dias reivindica a presidência da CPI por ter sido o autor do requerimento de criação da comissão, mas a base governista já vetou sua candidatura.
Apesar de as vagas de relator e presidente serem negociadas por acordo, o regimento determina que o presidente seja eleito e indique o relator. Essa eleição só ocorre após instalação da CPI, feita depois da leitura dos nomes em plenário pelo presidente. O prazo final para indicação dos nomes é quarta-feira.
A instalação poderá ser atrasada ainda mais porque o PSDB pretende insistir na reivindicação de outra vaga na comissão. Na sexta-feira, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), negou o pedido apresentado pelo líder tucano Arthur Virgílio (AM). "A resposta do presidente foi muito vaga. Vou pedir um parecer da Comissão de Constituição e Justiça", disse. Folha

2 comentários:

Anônimo disse...

É bricadeira achar que algo vai se desvendado algo que eles já não saibam só querem mudar os mandantes do jogo pois já estão de saco cheio de terem que ficar em segundo plano na divisão das mamatas com o PT ter que dividir as coisas com os companheiros que esperaram tanto pra chegar a sua vez levar vantagem que agora querem até inventar uma terceiro mandato para não perderem o gostinho viciante do poder.

Marcos Pontes disse...

E não me venham com a balela de independência dos poderes. O que o executivo tem que se meter numa CPI? A explicação só pode ser uma: negociar. Ou seja, comprar o silêncio das prostitutas sempre à venda revertidos em parlamentares.