3.9.09

Sequestrador de Olivetto deve ser extraditado

Brasil aceitou ida de Mauricio Hernandez Norambuena para o Chile sob condição de que ele cumpra pena recebida aqui

Em 2002, o criminoso recebeu pena de 30 anos de prisão pelo sequestro; no Chile, já foi condenado duas vezes à prisão perpétua



O governo brasileiro concordou em extraditar ao seu país natal o chileno Mauricio Hernandez Norambuena, condenado em 2002 a 30 anos de prisão pelo sequestro do publicitário Washington Olivetto, ocorrido em 2001.
A Folha apurou que a condição imposta pelo Brasil, reforçada por entendimento já formado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), depende de que o Chile, que reivindica a extradição de Norambuena há anos, mantenha a pena que ele recebeu no Brasil. Lá ele foi condenado duas vezes, à prisão perpétua, por assassinato e sequestro.
A concessão da extradição de Norambuena, agora, depende unicamente do Chile: só se o país aceitar aplicar lá a mesma pena imposta a ele aqui.
Em março deste ano, autoridades chilenas contataram o Ministério da Justiça para saber a posição do país caso fosse alterada a condenação do terrorista no Chile.
O STF, em 2004, autorizou a extradição do chileno, mas desde que ele cumprisse pena máxima de 30 anos, como prevê a lei brasileira. À época, o governo Lula negou o pedido.
A resposta brasileira ainda não foi comunicada oficialmente, embora seja do conhecimento das autoridades chilenas. Na mais recente visita da presidente Michelle Bachelet ao Brasil, em junho, o assunto foi discutido entre os países.
A alteração da pena de Norambuena no Chile depende do Congresso, que tem atribuição para isso, e de acordo com a direita oposicionista, de onde vem a principal resistência -o Chile está a três meses de sua eleição presidencial.
Mauricio Norambuena integrou um dos mais violentos grupos subversivos que pregavam a revolução socialista por meio de armas. Ele foi condenado pela morte do senador de direita Jaime Guzmán e ainda pelo sequestro do empresário Cristián Edwards, filho do dono do diário "El Mercúrio".
O chileno está desde 2007 preso na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). "Ele mesmo já declarou ter vontade de cumprir a pena no Chile para ficar mais perto da família", diz Álvaro Diaz, embaixador do país em Brasília.
Há precedentes em casos semelhantes, afirmaram à Folha autoridades do Ministério da Justiça. Dois canadenses que participaram do sequestro do empresário Abílio Diniz (em 1989) foram transferidos, depois da prisão no Brasil, para seu país de origem. Folha

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