24.6.09

Ex-segurança de Lula atua na Petrobras por movimentos sociais

Envolvido no caso do dossiê contra tucanos, da eleição de 2006, José Carlos Espinoza trabalha no setor de comunicação, em SP

Petista comandou gabinete paulista da Presidência e foi um dos mais próximos auxiliares do presidente; petrolífera é alvo de CPI


Ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo e um dos mais próximos seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em campanhas políticas, José Carlos Espinoza trabalha, desde abril de 2007, na sede da Petrobras em São Paulo.
A Petrobras é alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que ainda aguarda sua instalação no Senado.
Espinoza fica no setor de Comunicação Institucional da sede paulista da empresa, mas afirma que sua função é fazer a interlocução com os movimentos sociais. Ele é terceirizado, contratado pela empresa Protemp, sediada em Santo André.
O diretor de Comunicação da Petrobras é Wilson Santarosa, que tem ligações históricas com PT e movimento sindical. Espinoza é um dos 1.150 profissionais da comunicação da Petrobras, segundo quem ele foi contratado pela "vencedora da licitação para serviços de apoio profissional suplementares às atividades de comunicação".
Durante a campanha eleitoral de 2006, Espinoza se afastou do gabinete da Presidência para exercer, no comitê de Lula em São Paulo, a função de encarregado da agenda do então candidato à reeleição.
No meio da campanha, foi citado no escândalo da compra do dossiê contra tucanos. Segundo a revista "Veja", ele se reuniu na sede da superintendência da Polícia Federal com Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência, e Gedimar Passos, assessor da campanha, implicados na compra do dossiê. Na época, a PF e os envolvidos negaram o encontro.
Ainda em 2006, após a prisão dos envolvidos na compra do dossiê, a Folha revelou que o apartamento de Espinoza serviu de local para um encontro entre Freud Godoy e Paulo Ferreira, tesoureiro do PT.
Espinoza deixou o cargo no gabinete presidencial depois do caso do dossiê. Ele afirma que pediu a saída por razões pessoais. "Disse que não queria ficar mais no escritório da Presidência, por motivos pessoais", disse ontem à Folha.
Questionado sobre como surgiu a oportunidade de trabalhar para a Petrobras, afirmou: "Por conta exatamente do meio de campo que foi pedido para eu fazer entre os movimentos sociais e a Petrobras. Conheço o José Rainha [dirigente do MST], o presidente da Contag [Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], o pessoal da Fetraf [Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar]".
Ele disse que tinha vontade de trabalhar na área do biodiesel e conversou com algumas pessoas do governo, entre elas Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula. Informou que hoje acompanha um projeto no Pontal do Paranapanema e um em Mato Grosso.
Por conta da CPI, entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) fizeram atos de apoio à Petrobras em vários Estados e acusaram a oposição de querer privatizar a empresa. Espinoza esteve em um desses atos, em São Paulo. Folha

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