Ternuma Regional Brasília
General-de-Brigada R/1 Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Volta–e–meia, nos deparamos com um pequeno ou grande escândalo descoberto graças ao chamado “jornalismo investigativo” de alguma grande revista semanal ou periódico de grande circulação.
Como primeira constatação surge a dúvida atroz. Como, meros jornalistas, sem o poder policial daqueles que deveriam investigar ou fiscalizar os atos denunciados, quando lançam–se sobre uma determinada matéria ou mesmo denúncia, facilmente destampam vergonhosas e as mais sujas atividades?
E são tantas.
Praticamente, pelo volume de podridão que nos cerca, os envolvidos no “escândalo–da–hora” não precisam esquentar a cabeça. Normalmente, basta se fingir de mortos e aguardar, sempre negar ou, quando muito, fazer cara de espantalho e balbuciar, “eu não sabia”, “eu não estava”, “ninguém me avisou”, “eu sou inocente”, “não há provas”, e assim por diante.
A tática é infalível. Na próxima semana, com certeza, uma nova patifaria será descoberta, e a cretinice de ontem fará parte de um longínquo passado (o Renan que o diga).
Outra prática tem sido a de criar um fato novo, diversionário, fundado ou infundado. Seja qual for o artifício ou a artimanha, a verdade é que eles, em geral, atingem o objetivo de acobertar patifes ou concedem aos envolvidos tempo suficiente para enfraquecer provas, desmoralizar testemunhas, etc.
Depois, fora de foco, as coisas ficam mais fáceis de serem manipuladas. E a justiça nativa, por incompetência ou por orientada competência (Daslu, 94 anos de prisão?) a favor dos culpados, nada descobre e a ninguém imputa.
Os escândalos ou fatos que podem colocar o desgoverno ou seus asseclas em maus lençóis são descartáveis ou desacreditados, sem esforço (lembram - se da CPI da Petrobras?), e “tudo permanece como dantes no Quartel do Abrantes”.
Assistimos, quase que enfadados, exceto pelo “suspiro”, às enormes rachaduras diárias no que resta de dignidade nacional. Embora ciclópicas, as cambulhadas de escárnios e deslizes aos nossos complacentes olhos mais parecem simplórias “marolinhas”.
Diante do nosso estupor, ou complacência, pois exalamos nada além de um “suspiro de indignação”, a senha dos calhordas e aproveitadores é de que “continue o contrabando”, convencidos de que um povo tão desvalido física e moralmente é digno das mais torpes mesquinharias.
O fato de que apenas um entre os mais de 600 atos secretos elaborados pelo ou no Congresso Nacional será anulado, nos comprova a que ponto chega a ousadia e o desplante daqueles que detêm sobre nós todos os direitos, inclusive o do desdém moral.
Por vezes, desiludidos difundimos (más) notícias e fatos, cujos atores são o desgoverno ou os seus tentáculos e, rapidamente, somos tachados de alarmistas. Contudo, cabe indagar: “Na área militar, as FFAA incorporaram neste ano apenas 60 % do efetivo previsto”? As suas verbas foram reduzidas e contingenciadas? O Exército está cumprindo a missão de resgatar os ossos das suas pretensas vítimas no Araguaia? Verdades? Boatos?
A cada novo dia, uma nova e mais cabeluda surpresa.
Como se falava (mais ou menos assim) na Academia Militar, sobre os difíceis e intrincados livros de Física (Álgebra?) do Sinésio de Farias, em cada livro tantas páginas, em cada página tantas linhas, em cada linha tantos problemas, em cada problema... um milhão de “ incógnitas”.
Este desgoverno é para o futuro da Nação, e para as Forças Armadas, desde ontem, como os livros do Sinésio, uma miríade de ........................... (favor completar o espaço)
Brasília, DF, 24 de junho de 2009
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