4.8.09

Caracas e Farc mantêm laços, afirma jornal

Segundo reportagem do jornal americano "New York Times", dados obtidos em computadores das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) indicam que altos membros do governo venezuelano auxiliaram recentemente a guerrilha colombiana.
O material, segundo o jornal, "sob revisão de serviços de inteligência ocidentais", aponta que guerrilheiros receberam ajuda do alto escalão da Inteligência e das Forças Armadas do governo Hugo Chávez para firmar acordos de compra de armas na Venezuela e obter documentos para andar livremente no país.
Segundo o "Times", as informações foram obtidas "nos últimos meses" e atestam que as relações das Farc com o país continuaram estreitas mesmo após o ataque colombiano a uma base do grupo no Equador, que detonou a mais grave crise regional em ao menos dez anos.
O suposto elo entre Caracas e a narcoguerrilha está na origem da mais recente da série de crises diplomáticas entre governos de Venezuela e Colômbia.
Há uma semana, Chávez congelou as relações bilaterais e convocou seu embaixador em Bogotá em retaliação às insinuações do governo Álvaro Uribe de que a Venezuela forneceu três lança-foguetes encontrados com as Farc.
O chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, disse que não descarta denunciar Venezuela e Equador a tribunais internacionais por apoio às Farc.

Globovisión
Em Caracas, um grupo armado partidário de Chávez atacou ontem a sede da TV opositora Globovisión com bombas de gás lacrimogêneo. Ao menos duas pessoas ficaram feridas.
A Globovisión vem sendo ameaçada de fechamento pelo governo Chávez por suposta prática de "terrorismo midiático".
O Ministério do Interior da Venezuela condenou a ação "criminosa" e prometeu levar os autores à Justiça. "Não aceitamos que a violência seja instrumento para dirimir diferenças."
No final de julho, a Justiça venezuelana proibiu o dono da Globovisión, Guillermo Zuloaga, de deixar o país. Zuloaga é acusado de fraude, porém alega sofrer perseguição política.
Também ontem, o governo da Venezuela ocupou as instalações de duas indústrias processadoras de café acusadas de práticas de abuso e monopólio, que provocaram a escassez do produto no mercado nacional, segundo o Ministério da Agricultura.
As unidades da Fama de América e da Café Madrid ficarão nas mãos do Estado por até 90 dias e passarão por "auditoria profunda", segundo o governo, que ameaça expropriar as fábricas caso irregularidades sejam confirmadas.Folha

Nenhum comentário: