Segundo reportagem do jornal americano "New York Times", dados obtidos em computadores das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) indicam que altos membros do governo venezuelano auxiliaram recentemente a guerrilha colombiana.
O material, segundo o jornal, "sob revisão de serviços de inteligência ocidentais", aponta que guerrilheiros receberam ajuda do alto escalão da Inteligência e das Forças Armadas do governo Hugo Chávez para firmar acordos de compra de armas na Venezuela e obter documentos para andar livremente no país.
Segundo o "Times", as informações foram obtidas "nos últimos meses" e atestam que as relações das Farc com o país continuaram estreitas mesmo após o ataque colombiano a uma base do grupo no Equador, que detonou a mais grave crise regional em ao menos dez anos.
O suposto elo entre Caracas e a narcoguerrilha está na origem da mais recente da série de crises diplomáticas entre governos de Venezuela e Colômbia.
Há uma semana, Chávez congelou as relações bilaterais e convocou seu embaixador em Bogotá em retaliação às insinuações do governo Álvaro Uribe de que a Venezuela forneceu três lança-foguetes encontrados com as Farc.
O chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, disse que não descarta denunciar Venezuela e Equador a tribunais internacionais por apoio às Farc.
Globovisión
Em Caracas, um grupo armado partidário de Chávez atacou ontem a sede da TV opositora Globovisión com bombas de gás lacrimogêneo. Ao menos duas pessoas ficaram feridas.
A Globovisión vem sendo ameaçada de fechamento pelo governo Chávez por suposta prática de "terrorismo midiático".
O Ministério do Interior da Venezuela condenou a ação "criminosa" e prometeu levar os autores à Justiça. "Não aceitamos que a violência seja instrumento para dirimir diferenças."
No final de julho, a Justiça venezuelana proibiu o dono da Globovisión, Guillermo Zuloaga, de deixar o país. Zuloaga é acusado de fraude, porém alega sofrer perseguição política.
Também ontem, o governo da Venezuela ocupou as instalações de duas indústrias processadoras de café acusadas de práticas de abuso e monopólio, que provocaram a escassez do produto no mercado nacional, segundo o Ministério da Agricultura.
As unidades da Fama de América e da Café Madrid ficarão nas mãos do Estado por até 90 dias e passarão por "auditoria profunda", segundo o governo, que ameaça expropriar as fábricas caso irregularidades sejam confirmadas.Folha
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