Morreram no terremoto dezesseis brasileiros, catorze deles do Exército, e outros quatro militares ainda estavam desaparecidos até sexta-feira. É o maior número de baixas em operações internacionais desde a II Guerra Mundial
Fotos Eduardo Munoz/Reuters e Minustah.org
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RESGATE DIFÍCIL
Ao lado, a sede da Minustah, a missão da ONU, onde cinco brasileiros ficaram soterrados.
Acima, o tenente-coronel Alexandre Santos (com a cabeça coberta por poeira) é salvo
dos escombros do prédio, em Porto Príncipe
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O Brasil enfrentou sua própria tragédia nacional em solo haitiano. Foram confirmados, até sexta-feira passada, dezesseis mortos brasileiros no terremoto: Zilda Arns, da Pastoral da Criança, o diplomata Luiz Carlos da Costa – que ainda não havia sido encontrado, mas cuja morte era dada como certa pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim – e catorze integrantes do Exército que participavam da força de paz da ONU. Nas próximas páginas, há um perfil de cada um deles. São histórias de homens idealistas, apaixonados pela carreira das armas e cheios de planos para proporcionar, com o soldo reforçado que receberam durante a missão, melhores condições de vida a suas famílias.
Há também 25 militares brasileiros feridos, três deles em estado grave. Outros quatro estavam na lista de desaparecidos. Eles se encontravam no Hotel Christopher, um prédio de cinco andares transformado em sede da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah, na sigla em inglês), que ficou destruído. No momento do tremor, o coronel João Eliseu Souza Zanin, o tenente-coronel Marcus Vinicius Macedo Cysneiros e os majores Francisco Adolfo Vianna Martins Filho e Márcio Guimarães Martins estavam no 3º andar do prédio. Por isso, há poucas chances de que possam ter sobrevivido. O terremoto aconteceu quando os oficiais acertavam com colegas de farda de outros países detalhes da troca de tropas – realizada a cada seis meses. O general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, comandante dos capacetes azuis no Haiti, estava fora do país, de férias. Outros dois oficiais do Exército que também participavam da reunião, os tenentes-coronéis Alexandre Santos e Adriano Azevedo, só escaparam porque desceram ao 1º andar minutos antes de o prédio começar a ruir. Na sede estavam ainda os mais altos representantes civis da ONU no país, o tunisiano Hedi Annabi, cuja morte já foi confirmada, e seu vice, o carioca Luiz Carlos da Costa. Estima-se que mais de 100 pessoas estejam soterradas sob os escombros da sede da Minustah.
O Exército brasileiro sofreu, no terremoto, o maior número de baixas em missões no exterior desde a II Guerra Mundial. Um dos mortos, o coronel Emílio dos Santos, estava na sede da Minustah. Outros três (dois do 2º e um do 37º Batalhão de Infantaria Leve) se encontravam no Forte Nacional, um posto de patrulhamento situado no centro da cidade, cuja estrutura não resistiu aos abalos. Os dez militares restantes pertenciam ao 5º Batalhão de Infantaria Leve e estavam na Casa Azul, um posto situado na entrada da favela Cité Soleil, que também desmoronou. "O trabalho das forças brasileiras foi essencial para reduzir a criminalidade em Cité Soleil e em toda a capital", diz o porta-voz da ONU no Brasil, Giancarlo Summa. Os brasileiros lideram a parte militar da Minustah desde o seu início, em 2004, depois que o presidente Jean-Bertrand Aristide foi derrubado por forças rebeldes. O Brasil mantém 1 266 militares no Haiti, mais do que qualquer outro país que participa da missão, e já gastou 703 milhões de reais na empreitada. Antes da tragédia, a ONU considerava o país caribenho pacificado. Isso havia sido alcançado sem que tombasse em combate um único brasileiro sequer. Até a terça-feira de pesadelo, as únicas quatro mortes nas fileiras brasileiras ocorreram por acidente, doença ou suicídio. A elas se somam, agora, as dos heróis vitimados pelo maior terremoto ocorrido no Haiti em 200 anos.
Raniel Batista de Camargos, de 43 anos
Subtenente do 37º Batalhão de Infantaria Leve, de Lins, São Paulo
Arquivo pessoal
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Em julho do ano passado, quando embarcou para o Haiti, em sua primeira viagem internacional, Raniel estava orgulhoso porque sentia que faria parte de uma grande missão – a reconstrução de um país. Sua volta ao Brasil estava prevista para o próximo dia 28. No momento do terremoto, o subtenente estava cantando parabéns para a filha Giovanna, que fazia aniversário de 6 anos naquele dia. Eles estavam se comunicando pela internet, por webcam – a menina no Brasil, o pai no Haiti. De repente, a imagem sumiu da tela. E não voltou mais. Raniel foi o quarto filho que o casal Geraldo e Olímpia de Camargos, de Patos de Minas (MG), perdeu. "Eles estão sem chão. Minha mãe só chora. Meu pai não falou nada, só senti as costas dele tremendo quando o abracei", diz Geraldo, irmão de Raniel. Faltavam cinco anos para o subtenente aposentar-se. Além de Giovanna, ele deixa a viúva, Heloísa, e o filho caçula, Luís Gustavo, de 2 anos.
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Ari Dirceu Fernandes Junior, de 23 anos
Cabo do 2º Batalhão de Infantaria Leve, de São Vicente, São Paulo
Arquivo pessoal
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O cabo Ari Dirceu estava feliz com a volta ao Brasil, programada para o fim do mês, porque tinha planos de se casar com a namorada, Vanessa. Pai de Cauana, de 3 anos, de um casamento anterior, Ari Dirceu tinha o nome da filha tatuado no braço. "Eu perdi um amor que não vai mais voltar", diz Vanessa.
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Washington Luis de Souza Seraphin, de 23 anos
Cabo do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena, São Paulo
Fernando Cavalcanti
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"Mãe, aguente só mais um pouco. Preciso cuidar deste povo." Com essas palavras, Washington tentava amenizar a saudade que Cleonice sentia do filho. "Ele tinha mesmo um espírito solidário. Mesmo estando tão longe, nunca deixou de cuidar de mim", diz ela. Depois de cinco anos no Exército, Washington preparava-se para retomar a faculdade de biologia, em Lorena. Dois dias antes da tragédia, mostrou pela webcam ao pai, Luis, uma medalha que ganhara pelos serviços prestados no Haiti. "Esta eu guardei para o senhor", disse, orgulhoso. A outra mão apoiava-se na mala, já pronta para a volta ao Brasil. Além da festa de recepção, prevista para o sábado 16, outra, de noivado, ocorreria no fim de semana seguinte.
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Douglas Pedrotti Neckel, de 23 anos
Cabo do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena, São Paulo
Arquivo pessoal
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A última pessoa da família com quem o gaúcho de Cruz Alta conversou antes de morrer foi sua cunhada, Gisele Gomes, três horas antes do terremoto. "Estou ansioso e com saudade de todos. Diga que amo todo mundo. Já estou com as malas arrumadas pra partir!", disse Douglas, que vivia fazia catorze anos em Lorena. Foi lá que ele entrou para o Exército. Estudante de administração, o militar trancou o curso para servir no país caribenho. "Nós da família éramos contra essa decisão, mas ele nos disse que queria muito ajudar as pessoas que estavam por lá, que aquele seria um grande aprendizado para sua vida", diz sua prima, Ana Júlia Pedrotti, que morava com Douglas e seus pais, Valmir e Ana Lúcia Neckel, em Lorena. Ana Júlia diz que Douglas pensava em voltar para o Brasil, sair do Exército e retomar os estudos.
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Leonardo Castro Carvalho, de 29 anos
Segundo-sargento do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena, São Paulo
Marcos Michelin/em/D.A Press
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Mineiro de São João Del Rey, chegou a ser dispensado do serviço militar, mas insistiu e estudou muito até passar no exame para a escola de sargentos. Sua grande paixão, além do Exército, era praticar motocross. Por diversas vezes, foi campeão regional desse esporte.
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Tiago Anaya Detimermani, de 23 anos
Soldado do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena, São Paulo
Fotos Fernando Cavalcanti e Marcio Fernandes/AE
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Tiago, nascido em Cachoeira Paulista, tornou-se voluntário da força de paz influenciado pelos relatos de amigos que tinham servido no Haiti. Em novembro de 2008, casou-se no cartório com sua amiga de infância, Rosilene. Poucos meses depois, soube que havia sido escolhido para viajar para o país caribenho. "Ele passou a ter receio de ir, porque não queria me deixar aqui sozinha", diz a viúva. Mas já não era possível voltar atrás. O casamento religioso estava marcado para 10 de abril. Sua mãe, Dalila (à esquerda), diz que o filho sonhava em ser pai e contava com carinho da amizade feita com crianças haitianas. Poucos dias antes de Tiago morrer no terremoto, um menino de rua de Porto Príncipe lhe deu uma recordação para trazer ao Brasil: uma bandeira do Haiti.
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Rodrigo Augusto da Silva, de 24 anos
Soldado do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena
Fernando Cavalcanti
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Rodrigo não era só um bom soldado. Em sua cidade natal, Cachoeira Paulista, é lembrado como dono de uma bela voz e talento para a viola. Era sempre convidado para tocar nas missas locais. A oportunidade de ir ao Haiti surgiu, pela primeira vez, em 2004. Para sua frustração, foi recusado por excesso de contingente. Tentou novamente no ano passado, dessa vez com uma motivação financeira: casado e pai de uma menina de 1 ano, ganhou peso o fato de o soldo ser mais alto em missões internacionais. Rodrigo queria juntar dinheiro para comprar uma casa, já que vivia com a família na residência dos sogros. "Ele conseguiu entrar no Exército, que era um dos seus sonhos. Infelizmente, só deu para seguir até onde Deus quis", resigna-se seu pai, Pedro.
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Kleber da Silva Santos, de 22 anos
Soldado do 2º Batalhão de Infantaria Leve, de São Vicente
Arquivo pessoal
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Kleber morava em Vila Nova, um bairro muito pobre de São Vicente. O soldado ajudava na renda da casa. "Ele era humilde, alegre, se dava bem com todos e era muito religioso", diz sua prima, Elizabeth. Quando Kleber resolveu se apresentar como voluntário para ir ao Haiti, os pais ficaram apreensivos. "No momento em que recebi a notícia da morte do meu filho, fiquei me sentindo culpado por ter permitido que ele partisse nessa missão", diz seu pai, José. "Mas tenho de me conformar: foi uma decisão de Deus." Kleber estava no Forte Nacional, uma base na favela de Bel Air, quando o terremoto o atingiu.
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Antonio José Anacleto, de 25 anos
Soldado do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena
Arquivo pessoal
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Antonio era natural de Cachoeira Paulista, caçula de uma família de quatro irmãos. O Exército informou aos parentes que Antonio foi resgatado com vida dos escombros do posto brasileiro na favela de Cité Soleil, em Porto Princípe, mas não resistiu aos ferimentos.
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Davi Ramos de Lima, de 38 anos
Segundo-sargento do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena
Fernando Cavalcanti
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Davi tinha dois sonhos. Entrar para as Forças Armadas, a exemplo do pai, e se tornar arquiteto. Sua vida foi interrompida antes que pudesse realizar o segundo. "Ele voltaria para o Brasil em poucos dias e queria estudar para o vestibular em 2010, pois tinha muito talento para a arquitetura", diz o irmão, José Ari. Nascido em Garanhuns, em Pernambuco, Davi era casado e deixou dois filhos, de 5 meses e de 7 anos, além de uma enteada de 14. Ele estava realizado com seu trabalho na força de paz e cheio de esperanças em relação ao futuro do povo haitiano, ao qual sempre se referia com carinho. "A viagem o deixou ainda mais amoroso com a família", diz a mulher, Fernanda.
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Felipe Gonçalves Júlio, de 22 anos
Soldado do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena
Felipe Cavalcanti
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Felipe, paulista de Lorena, almejava desde criança a carreira militar. Um avô combateu na II Guerra Mundial e o irmão, Fábio Rian, é da PM. Felipe (na foto, com a mãe, Ruth) orgulhava-se de, apesar de jovem, ter participado de missões relevantes, como a de fazer a segurança do papa Bento XVI em sua visita ao Brasil, em 2007. Poucos dias antes de ser convocado para servir em Porto Príncipe, apaixonou-se por Camila Samara da Silva. O namoro a distância, mantido à custa de contatos quase diários pela internet, foi interrompido antes que pudesse deixar de ser apenas virtual. O reencontro seria no sábado 16, quando Felipe deveria voltar ao Brasil.
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Bruno Ribeiro Mário, de 26 anos
Primeiro-tenente do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena
Reprodução/Ag. RBS/Folhapress
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A família de Bruno está em choque. Faltavam apenas quatro dias para a volta do primeiro-tenente ao Brasil. Na segunda-feira, um dia antes do terremoto, ele disse ao pai, Alacir, que estava empolgado com o retorno e que pretendia comemorar seu aniversário, no dia 8 de fevereiro, em sua cidade natal, Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Na madrugada da quarta-feira, Alacir foi acordado por militares da cidade para receber a notícia da morte de seu filho em serviço. Bruno era da segunda geração de militares da família. Seu pai e outros quatro tios se aposentaram pelo Exército. Em Porto Príncipe, Bruno costumava ser destacado para patrulhar a cidade. "Ele sempre dizia que foi para desempenhar tarefas como essa, de trazer paz a uma nação, que ele havia entrado para as Forças Armadas", diz o tio, Arnaldo.
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Luiz Carlos da Costa, de 60 anos
Vice-representante especial da ONU no Haiti
Arquivo pessoal
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O carioca Luiz Carlos da Costa estava no auge de sua carreira na ONU, onde trabalhava havia quarenta anos. Nove anos atrás, passou a integrar o seleto grupo de funcionários destacados para chefiar missões de paz. Esteve na Libéria e no Kosovo, antes de assumir o segundo posto da missão no Haiti. Ele era casado com Cristina (de branco) e pai de Marianna, de 21 anos (à esquerda) e Anna Maria, de 23 (no centro). Luiz Carlos da Costa ficaria no Haiti até o fim do ano. Considerava-se bem adaptado ao país. "Ele garantia que lá havia restaurantes franceses melhores do que os de Nova York", diz seu irmão, Cesar. Até sexta-feira passada, o diplomata era dado como desaparecido, mas já não havia esperanças de que fosse encontrado com vida. Uma carreira brilhante foi soterrada pelos escombros da sede da missão.
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Emílio Torres dos Santos, de 46 anos
Coronel do Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília
Arquivo pessoal
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Nascido em Crateús, no Ceará, o coronel desempenhava no Haiti a missão mais importante de sua carreira. Ele era o braço direito do comandante da força de paz no país, o general Floriano Peixoto Vieira Neto. A conquista do cargo era o reconhecimento pelas qualificações obtidas em quase trinta anos no Exército. Filho de militar, Emílio era especialista em paraquedismo, tinha cursos de guerra na selva e chegou a contrair leishmaniose numa missão na Amazônia. Esta era sua segunda passagem pelo Haiti. Em 2011, completaria o tempo necessário para entrar na reserva, mas seu plano era continuar na corporação. "Emílio era muito corajoso, não tinha medo de nada", diz sua mulher, Ana Paula. Na terça-feira, ele, que se comunicava com ela todos os dias pela internet, não entrou em contato. Estava no Hotel Christopher quando o prédio desabou. Emílio deixou duas filhas: Tatiana, de 13 anos, e Ana Carolina, de 7.
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Rodrigo de Souza Lima, de 23 anos
Terceiro-sargento do 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena
Arquivo pessoal
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Rodrigo faria 24 anos nesta semana e estava tudo preparado para que ele pudesse comemorar o aniversário com a família em Piraí, no Rio de Janeiro. "Ele queria se aposentar no Exército. Era o que gostava de fazer", diz seu irmão, Tiago.
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