Ministra afirma que mensalão do DF é "estarrecedor", e imagens, "muito claras"
Em nota oficial, Diretório Nacional petista acusa Democratas de hipocrisia e diz que as acusações são uma "reprise chocante"
Ao chegar ontem a um jantar de homenagem do PT a seus ex-presidentes -inclusive José Dirceu e José Genoino, réus no escândalo do mensalão-, a presidenciável do partido, ministra Dilma Rousseff, qualificou de "estarrecedor" o esquema descoberto recentemente envolvendo o DEM de Brasília.
Disse ainda que não há provas "contundentes" contra Dirceu, Genoino e os demais petistas citados no mensalão.
"Eles [petistas] não foram nem sequer julgados. Considerando as provas, é muito difícil você dizer, no caso de várias pessoas, que há provas contundentes. Não há", declarou.
No caso do mensalão do DEM, no entanto, a ministra da Casa Civil não demonstrou nenhuma dúvida sobre a responsabilidade daqueles flagrados recebendo dinheiro. "As imagens [mostrando a distribuição de propina a políticos do DF] são estarrecedoras. São muito duras, muito claras."
Para ela, o episódio "compromete eleitoralmente o DEM". Cautelosa, evitou estender a avaliação aos tradicionais aliados dos democratas, os tucanos. "Isso eu não sei fazer uma avaliação precisa. Eu já entraria na subjetividade", declarou.
A ministra defendeu também mais agilidade em processos "quando há inequivocamente provas de corrupção" e se mostrou favorável ainda a leis mais duras nesse campo.
A ministra foi ontem estrela de festa para 1.100 pessoas organizada pelo PT, em Brasília, como parte da comemoração dos 30 anos da sigla. Foram arrecadados cerca de R$ 320 mil.
Antes, no final da tarde, o Diretório Nacional do PT divulgou nota acusando o DEM de "hipócrita" por conta do escândalo da propina em Brasília. "O panetonegate coloca por terra o discurso hipócrita dos falsos vestais do DEM no Distrito Federal", diz a resolução.
Segundo a nota, as acusações são uma "reprise chocante". Reprise, segundo o PT, das acusações contra a governadora tucana do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e do valerioduto tucano, chefiado pelo senador mineiro Eduardo Azeredo.
"Nós reconhecemos nossos problemas e chamamos o Congresso a votar uma reforma política. O problema é que a oposição faz papel de vestal", disse o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini. Folha
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