8.6.10

Planilha mostra doações de empresa de fachada da Bancoop ao PT

8 de junho de 2010 -Veja
Por Fernando Mello


Trechos da planilha com as movimentações da Mirante /Mizu listam doações ao PT. (Foto: Reprodução)
Uma planilha que acaba de chegar às mãos da CPI da Bancoop na Assembleia Legislativa de São Paulo traz doações feitas pela empresa Mirante/Mizu Artefatos Ltda ao PT, no valor de 43.200 reais. O Ministerio Público considera que a empresa era de fachada. Em 2002, ano das doações, o TSE não registra nenhuma contribuição oficial feita pela Mirante/Mizu a qualquer campanha ou candidato.

A Mirante/Mizu Artefatos foi registrada em 23 de julho de 2002. Parece ter sido feita sob medida para atender a um único cliente, a Bancoop, à qual fornecia blocos de concreto. Segundo a planilha, já nos três primeiros meses de funcionamento tinha recebido da cooperativa 900.000 reais.

Quatro dirigentes da Bancoop, incluindo o então presidente Luiz Eduardo Malheiros, faziam parte da diretoria da Mirante/Mizu. Malheiros autorizava os depósitos da Bancoop na conta da fabricante de blocos. A cooperativa e a empresa tinham conta na mesma agência bancária. Naquele momento, o diretor financeiro da Bancoop era o petista Ricardo Berzoini.
A suspeita do Ministério Público e de integrantes da CPI da Bancoop é de que a cooperativa usava uma rede de empresas contratadas para abastecer o caixa dois do PT na eleição de 2002 e para enriquecimento dos dirigentes da cooperativa. A Mirante/Mizu seria uma dessas empresas.
Nesta terça-feira, os deputados da CPI da Bancoop votam o pedido de quebra de sigilo de 15 pessoas e empresas. Os deputados querem saber como, apenas nos cinco primeiros meses de vida, a Mizu movimentou mais de 1 milhão de reais recebidos da Bancoop. Entre as movimentações suspeitas estão os 43.2000 reais de doações ao PT, 162.000 reais em compra de apartamentos da própria Bancoop, 153.000 em divisão de lucros e 27.000 injetados em uma ONG do próprio Malheiros, que morreu em novembro de 2004, em acidente de carro em Petrolina (PE). Ao Ministério Público, seu irmão, Hélio Malheiros, afirmou que "muitas vezes se via obrigado a entregar valores de grande monta" para o PT.

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