Se a eleição presidencial fosse hoje, Lula venceria com 56% dos votos válidos. Este foi o resultado apontado pela pesquisa Datafolha, no dia 11 de outubro.
Os apoiadores de Lula recebem a pesquisa com alegria. Mas não subiremos no salto alto: faltam 18 dias para a eleição e a direita brasileira já demonstrou que não brinca em serviço.
Um exemplo disso é a revista Veja e a revista Época, que colocaram Alckmin na capa.
Veja foi além: espalhou outdoors por todas as cidades brasileiras, com reproduções gigantes da fotografia de Alckmin, numa propaganda eleitoral tão descarada, que o Tribunal Superior Eleitoral atendeu ao pedido da coligação "A força do povo" e mandou a editora remover os cartazes da rua.
O jornal O Estado de S.Paulo não deixou por menos. Além da cobertura tendenciosa, o jornal declarou em editorial que Alckmin teria vencido o debate entre os candidatos a presidente, realizado pela TV Bandeirantes, no dia 8 de outubro.
O Estadão é tão descarado, que chegou ao ponto de citar o debate realizado pela Globo, no segundo turno de 1989, como suposta demonstração de que Lula seria "despreparado para o debate político em público".
Naquela ocasião, a Rede Globo divulgou em seu noticiário cenas do debate, editadas de forma a favorecer Collor.
De toda forma, ao citar o debate de 1989, o Estadão comete um ato falho, pois lembra as semelhanças entre o Collor de 1989 e o Alckmin de 2006.
Entre as semelhanças, estão a hipocrisia e o moralismo de ocasião.
Só para lembrar: Alckmin questionou Lula sobre as denúncias de corrupção e disse que o presidente deveria obter respostas junto aos "seus amigos mais íntimos".
Alckmin não deveria colocar o debate neste nível.
Afinal, alguém poderia perguntar se ele sabia que sua filha era funcionária de uma empresa acusada de contrabando, a Daslu, ou se tinha conhecimento que sua esposa ganhou de presente 400 vestidinhos chiques.
Se mesmo assim Alckmin achou melhor correr o risco, é porque sabe que os oito anos de FHC no governo federal e os 12 anos de governo tucano em São Paulo não são um bom contraponto aos quatro anos de governo Lula.
Alguém, por favor, me explique por que eles querem comparar os 400 vestidos com os crimes cometidos pelo PT nos últimos anos. O PT é uma doença.
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